Quem nunca andou em uma bicicleta ainda não descobriu a sensação de poder ser livre em duas rodas. O simples pedalar, além de fazer bem à saúde, permite ao ciclista provar sensações inimagináveis como esquecer do tempo, dos problemas diários, do estresse e da fadiga.
De acordo com o empresário e ciclista itapevense, Cesar Martins Esteves, o ciclismo está mais forte hoje, porque a bicicleta é um meio de lazer e saúde, o qual ajuda em muito o corpo e a mente.
Há cidades que naturalmente proporcionam ruas planas e até mesmo ciclovias aos adeptos deste meio de transporte. Outras, como Itapeva, acabam por dificultar o trajeto dos ciclistas, que esbarram com subidas e descidas íngremes, valetas, buracos e a falta de consciência no trânsito.
Mas o número de pessoas que aderiram às bicicletas nos últimos anos não pode ser ignorado. De acordo com Cesar, Itapeva hoje conta com aproximadamente 300 adeptos das pedaladas entre cicloturistas e corredores, os quais tendo em vista as barreiras, saem pedalar por nossas estradas.
E é exatamente por esse motivo, que muitos preferem a zona rural e caminhos alternativos como o Circuito dos Cânions Paulista. É aí que tem início o Cicloturismo.
Cicloturismo é a melhor e mais tranquila face de todas as opções oferecidas pela bicicleta. Pode ser um curto pedalar pela estradinha calma que liga o campo à cidade, ou uma longa e difícil viagem detalhadamente planejada.
A partir dele podemos contemplar paisagens com calma, fazer paradas onde e quando quiser, apreciar a natureza fazendo um exercício físico vigoroso e compartilhar os bons momentos com amigos ou com a família.
Hoje, existem opções para quem deseja pedalar e apreciar cores, formas, cheiros, sons e a natureza. A bicicleta permite que o ambiente seja vivenciado.
Não é necessário ser um ciclista experiente para fazer o Cicloturismo. Qualquer um pode fazê-lo. Basta ir com calma, respeitar os próprios limites, beber água e alimentar-se na hora certa, vencendo assim pouco a pouco a distância.
Para o empresário e ciclista, o Cicloturismo é um hábito que alguns optam, por não ter o compromisso com o tempo e a velocidade, pois trata-se de uma alternativa para quem deseja apenas pedalar por hobby.
Segundo ele, que também é proprietário da Cesar Bike, o cicloturista deverá desembolsar em média R$ 2,4 mil para adquirir uma boa bicicleta, R$ 250 por uma roupa adequada, R$ 170 por um capacete, R$ 30 por uma câmera na bike e R$ 50 por uma squeeze.
Cicloturismo nos Cânions Paulista
De acordo com os guias, Mateus Lopes e Heverton de Abreu Moreira – que também é proprietário da agência Pedra Chata de Cicloturismo – o Circuito dos Cânions Paulista de Cicloturismo foi criado com o intuito de divulgar a região turística. É um trajeto a ser percorrido em meio à natureza, com aproximadamente 385 quilômetros, divididos em sete trechos entre os municípios de Itapeva, Ribeirão Branco, Nova Campina, Bom Sucesso de Itararé, Itararé, Itaberá e Taquarivaí. Devido às suas características de altimetria variada, é destinado aos mais diversos cicloturistas, dos mais iniciantes, aos mais experientes.

O percurso apresenta diversos tipos de terrenos, sendo somente 7% em trechos de asfalto e 93% em estradas de terra. O período estimado para completar o circuito varia de 3 a 7 dias, de acordo com o perfil do cicloturista. Desta maneira, o viajante pode conhecer, contemplar e aproveitar os atrativos de cada município.

Itapeva a Ribeirão Branco
Durante o percurso, o ciclista passará pelos Bairros Grajaú e Vila São Miguel e seguirá sentido ao Bairro de Cima. À frente será possível visualizar paisagens de plantações, planícies e formações rochosas no Bairro das Pedras, passando por meios de mata nativa. Em seguida, o cicloturista irá vislumbrar o Rio Apiaí-Guaçu com a sua tonalidade verde.

Mais à frente será possível avistar a imponente Serra do Capote, com sua altitude superior a 1000 metros, a qual é dita pela população local, que nas noites, se avistam luzes estranhas, como se fossem Óvnis. Seguindo pela estrada, o cicloturista terá acesso a bairros da zona rural de Ribeirão Branco, até chegar ao município.
Ribeirão Branco a Nova Campina
Durante o percurso será possível visualizar as lindas paisagens da região de Ribeirão Branco, como a Pedra da Terê, que dá acesso a uma bela vista da região. Pelo Bairro da Cachoeira, o cicloturista chegará ao Distrito de Itaboa. Essa parte do trajeto é conhecido como a Rota do Chupa-Cabra, a partir de uma lenda que ocorreu nos anos 90, onde em chácaras e sítios locais, foram encontradas várias cabras mortas, sem nenhuma gota de sangue no corpo.

Logo depois, o cicloturista entra na divisa com Nova Campina, onde chegará à conhecida Cachoeira da Fábrica (não é recomendável entrar nas águas) e avistar a antiga fábrica da ORSA (atualmente Klingele), principal produtora de celulose da região. Prosseguindo, ele irá avistar a Cachoeira da ORSA, onde os munícipes se banham em época de muito calor. Mais à frente terá o Caminho das Pedras, com destino ao Bairro do Barreiro. Para finalizar, o ciclista passará pelo Bairro do Braganceiro e seguirá sentido Bairro do Alegre.
Nova Campina a Bom Sucesso de Itararé
Neste trecho o ciclista poderá presenciar as mais belas paisagens de cânions e mirantes da rota. Durante o percurso será possível visualizar formações rochosas do Mirante do Cedro, ver a pedreira e parte da Fazenda Fracarolli, com seus fornos desativados, o quais eram utilizados para aquecimento e extração de calcário (o local só pode ser acessado com autorização).

Continuando a rota, na proximidade dos 1000 metros de altitude, poderá vislumbrar o Mirante da Santa, local em que os munícipes peregrinam. Acessando uma escada, terá a visão deslumbrante das formações rochosas da região. Mais à frente, será possível avistar a imponente Pedra da Minerita e ao redor as escarpas das Paredes da Borda. Seguindo alguns quilômetros, inicia-se a descida da serra pela estrada velha, que interligava os municípios de Itapeva e Bom Sucesso de Itararé, onde avista-se em uma curva, as formações do Cânion Itanguá e ao fundo os escarpamentos do Cânion Pirituba.
Em alguns pontos poderá ser visto os cânions dos dois lados da estrada. Em seguida, passará pela entrada do Bairro Taquarussu, onde haverá a capela do bairro e a pousada do Recanto das Araucárias, onde o ciclista pode se alimentar ou até pernoitar. Para finalizar, avistará os Bairros do Supercal e Itambé, com as ruínas de uma antiga mineradora e o lago verde.
Bom Sucesso de Itararé a Itararé
Durante o percurso será possível visualizar as formações rochosas da Pedra da Galinha e Camelo, um dos pontos turísticos mais lindos de Bom Sucesso de Itararé. Ao descer a serra, poderá ver formações rochosas dos dois lados (recomenda-se cuidado na descida e subida da serra, devido ao tráfego de carros e caminhões). Em seguida pega-se a antiga estrada que interligava os municípios.

Nesse trecho estamos há mais de 1000 metros de altitude, onde há a fazenda do estado e quatro mirantes, sendo eles, o Mirante da Ventania, do Estado, de Itaóca e a Serra da Lumber. Seguindo pela estrada, a qual corta a fazenda do estado e plantações de eucaliptos da empresa Klabin, chega-se a Itararé, no ponto final que é na Praça Claro Jansson.
Itararé a Itaberá
Durante o percurso, o cicloturista passará por plantações de milho, soja e sorgo, chegando no bairro do Cerrado, que é bem estruturado. Chegará ao Distrito da Pedra Branca, local bem populoso e com a recepção do interior.

Seguindo pela estrada sentido a Itaberá, se avista muitas planícies e plantações, até ao Bairro do Salto, onde há a Cachoeira do Saltinho, onde há bares e um restaurante para receber os turistas. Em seguida, entra-se na estrada vicinal, percorre-se 9 quilômetros em via pavimentada e com belas paisagens de plantações, até a chegada em Itaberá, em frente ao Hotel Rancho das Pedras.
Itaberá a Taquarivaí
Nesta parte da Rota de Cicloturismo, o ciclista percorrerá o trecho mais longo do circuito, com seus 86 quilômetros de extensão até Taquarivaí. Durante o percurso será possível visualizar plantações e belas planícies, passando pelas Fazendas Lagoa Bonita e Maruque, grandes produtoras de soja, trigo e milho.

Em seguida, entra-se no território de Itapeva, passando pela Comunidade Quilombola do Jaó, umas das poucas remanescentes no estado e reconhecida pela Fundação Cultural Palmares. Pela estrada vicinal, passe-se por plantações de soja e milho, pelo Bairro Rondinha, até finalizar na Praça da Catedral em Taquarivaí.
Taquarivaí a Itapeva
No percurso será possível conhecer o Bairro Vila Velha, local onde iniciou-se o município de Itapeva. Lá há o cemitério e ruínas da vila. O ciclista então seguirá sentido a igreja do Bairro Cardosinho e depois o Bairro das Formigas.

Já em Itapeva, passará pelos Bairros Taipinha, Colégio e Bairro das Pedras, com suas formações rochosas. Seguindo pela estrada, chegará ao Bairro de Cima e entrará na área urbana do município, finalizando a rota na Praça Anchieta, defronte a Catedral de Santana, umas das poucas construções em taipa de pilão do país.