A busca incessante pelo “corpo perfeito” tem se tornado cada vez mais comum, pois padrões irreais de beleza são reforçados diariamente. Na pressa por resultados imediatos, muitas pessoas estão recorrendo a métodos perigosos e pouco saudáveis que colocam a sua saúde física e mental em risco.
Segundo especialistas, como a nutricionista Andreia Cury, emagrecer trata-se de um processo complexo que envolve metabolismo, equilíbrio hormonal, saúde emocional e estilo de vida.
De acordo com Andreia ela, muitas pessoas, principalmente mulheres, a procuram querendo ter um corpo igual ao de algum famoso ou de alguém que admiram. “Essa busca por um padrão corporal ideal era ainda mais frequente antes da pandemia. No entanto, é importante compreender que não existe uma receita única para alcançar o corpo perfeito, pois cada pessoa é exclusiva e única. Precisamos sempre considerar as necessidades e os desejos de mudança de cada indivíduo, desenvolvendo estratégias nutricionais personalizadas. Esse planejamento alimentar precisa ser adaptado à rotina, às condições sociais, emocionais e financeiras de cada um, para que a saúde seja cuidada de forma integral e, como consequência — e não como foco principal — haja a redução de medidas e gordura corporal, caso esse seja o objetivo. Sempre, porém, com a saúde em primeiro lugar”, enfatiza.
A nutricionista tem uma forma especial de abordagem e gosta de lembrar que todos podemos ser a nossa melhor versão. “Em meus atendimentos, costumo perguntar o que motivou a pessoa a buscar o emagrecimento e o que a trouxe até o consultório. Esse momento de reflexão é fundamental para nos conhecermos melhor e identificarmos a motivação inicial — algo essencial para sustentar o processo, seja no emagrecimento, seja no ganho de massa muscular”, explica.
A primeira recomendação da nutricionista é: “encontre a sua motivação. Pergunte-se o que você ganha com as mudanças que deseja implementar e, a partir daí, trace seu objetivo principal. Depois disso, defina micro metas para tornar esse caminho mais leve e possível. A segunda recomendação é: não se compare com os outros. Você é único, e seu caminho será diferente do de qualquer outra pessoa. Precisamos olhar para dentro, não para o lado”, frisa.
É importante lembrar que a perfeição não existe. Podemos sim melhorar nossos hábitos alimentares, nosso corpo e nossa saúde, e com isso nos tornarmos a nossa melhor versão — mas isso não significa ser perfeito. A vida é movimento constante e estamos sempre aprendendo e nos transformando.
A busca pelo corpo perfeito, infelizmente, pode trazer sérios riscos à saúde física e mental, como transtornos alimentares, ansiedade, depressão e uma insatisfação crônica com a própria imagem. Dietas extremamente restritivas, o uso de anabolizantes ou procedimentos estéticos sem orientação profissional podem causar danos hormonais, hepáticos e até infertilidade. A pressão por um padrão inatingível gera frustração, baixa autoestima e prejuízos nas relações sociais e afetivas, comprometendo a qualidade de vida.
“Por isso, se você está nesse caminho, eu diria: calma. Por que você está fazendo tudo isso? Você está feliz? Tem energia para viver seus outros papéis na vida — ser pai, mãe, avô, avó, tio, filho, esposa ou esposo? Você tem tempo para descansar e recarregar suas energias? Cuidar da alimentação e fazer atividades físicas são atitudes maravilhosas e necessárias, mas precisam ser equilibradas. Quando há excesso, o autocuidado deixa de ser cuidado”, argumenta.
Conforme Andreia, o cuidado com o corpo começa com o que você come, pensa e sente. “Fazer isso da melhor forma possível é, sem dúvida, a maneira mais eficaz de cuidar de si. Você não precisa de excessos, você precisa de cuidados. E é absolutamente possível mudar sua composição corporal e cuidar da sua saúde ao mesmo tempo. Já acompanhei milhares de pacientes e posso afirmar: é possível sim. Convido você a passar por essa experiência. Primeiro, você muda sua alimentação. Depois, ela muda você”, finaliza.